domingo, 29 de junho de 2008

Poema escrito na madrugada, precedendo o sono.

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Sim, é preciso manter a inspiração.
È preciso, é necessário, até mesmo vital.
Antes que o lirismo suma,
E somente reste a noite.

(Rafael Tenorio)

terça-feira, 17 de junho de 2008

Passado?

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Estranho...
Não quero mais, não sinto mais,
Não posso mais, não amo mais.
Mas ainda dói.
Ainda dói...

Não tento mais, não falo mais,
Não vejo mais, não canto mais.
Mas ainda dói.

A dor da verdade,
Do sim e do não, do talvez...
Do sempre e do nunca,
A dor da dor,
A dor do mundo,
Do pequeno mundo,
Ínfimo mundo.
Do tudo e do nada,
A dor da ausência e da presença,
Dor do não sentir dor,
A dor da verdade.

Dor silênciosa,
Desesperada, sangrenta,
Triste.
Dor odiada, dor amada,
Dor odiada...
De ser, de ter,
De não ter.
Simplesmente dor, nada mais.

Mas, por quê?
Se não quero mais, não sinto mais,
Não posso mais, não amo mais.

Se não tento mais, não falo mais,
Não vejo mais, não canto mais.

Por que dói?

A noite continua e o mundo mantém-se a girar.

(Rafael Tenorio)

domingo, 8 de junho de 2008

Prisão.

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O poeta vive das sombras,
Da noite.
Daquilo que não veio e não virá.
Vive das promessas de sempre.
Promessas falsas, mas que alimentam algo...
Vive das desilusões causadas por tais promessas.
E da esperança que vem com novas.
Vive do silêncio, do vazio,
Da angustia, da tristeza,
Do desespero e do mais profundo grito.
Um grito apático, morto.
Vive também de canções,
Dos outros e de ninguém,
Do sempre e do nunca.
Principalmente do nunca.
O poeta vive da morte.
Da falta da morte.
Vive de pássaros e de luas,
Do épico e do banal.
Do obvio...
Pateticamente vive e revive,
Para depois viver e reviver novamente.
Mas não eu.
Eu abdico da noite,
Das promessas, do silencio, do vazio,
Das angustias e tristezas.
Não mais gritarei ao intimo,
Nem cantarei a existência do ser.
Eu abdico do poeta.
Das noites longas,
Da morte...
Dos pássaros e da lua.
Abdico de tudo, de tudo em função do sol.

Mas nada acontece...

Cá estou eu, escrevendo na sombra.

(Rafael Tenorio)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Visão na noite do Antigo.

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São três, passando ao poste velho.
E onde, pra onde não sei onde...
É, realmente, um espetáculo.

(Rafael Tenorio)