sábado, 27 de março de 2010

O mesmo poema, outras palavras.

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Tenho vivido um instante repetitivo, um instante reflexo.
Se dá tantas vezes num mesmo período, no tempo-estado do encadear de mais fundas minhas emoções.
O olho se abtua ao momento, o presente-presente.
Se esquece muitas vezes de quem olha - quem olha sou eu.
É a vida-vivida, a vida-situação, este belo monstro conservador de serenidade.
É o espaço de sonhar, de acreditar nos sonhos.
É tempo de amar o ser amado e sentir em tão doce concepção que o aí-estar vai tão bem que obrigado.
Se vai bem é perene e calmo, e isso é bom.
Só que de tempos em tempos os olhos se voltam para o ente observador.
O sonhar quer viver de sonhos e a situação não basta e as pessoas não bastam.
O mundo-grande se situa e sua imágem expõe a pouca imágem bem vivida.
A fotografia inerte se curva e retorce, se treme instável.
Do movimento o pulso firme do viver se entrega ao marginal do sentir.

CRASH!

Daí que nasce a poesia.

Recife, Novembro de 2009

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